quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O papel do Professor frente a integração das mídias

Utilizar mídias na prática pedagógica nem sempre significa integrá-las a ela. Muitas vezes os educadores as utilizam como um complemento das aulas, mas não aproveitam o potencial inovador das tecnologias, de forma que estas servem apenas para reforçar velhas práticas. A integração das mídias ocorre à medida que os educandos, através de seu uso, encontram oportunidades de construir seu conhecimento, através da mediação do professor. O professor somente consegue integrar as mídias ao seu fazer pedagógico quando tem uma postura diferente da tradicional, em que ensinar é transferir conhecimentos. Quando o foco sai do professor, para priorizar o aluno, como um sujeito na construção do seu conhecimento, certamente as mídias exercem um grande papel como ferramentas auxiliares nesse processo. O educador precisa saber contextualizar a aprendizagem, o que é significativo para os educandos, trabalhando com projetos do interesse dos mesmos, partindo da realidade vivenciada. Deve dar espaço para que desenvolvam competências através da significação e ressignificação das informações, transformando-as em conhecimentos. Um exemplo de atividade que pode integrar as tecnologias é a metodologia de pesquisa realizada na internet , na qual o professor pode ser o autor, publicando a proposta. Os alunos buscam informações que deverão ser transformadas em conhecimentos realizando tarefas lançadas como desafios. Nessa metodologia, os educandos aprendem a trabalhar de forma colaborativa, refletindo sobre as informações ao invés de simplesmente copiar e colar, como muitas vezes ocorre. Assim também em outras ferramentas nas quais é possível interagir, os educandos ganham autonomia e aprendem a pensar.

Obviamente é preciso que o educador compreenda as linguagens midiáticas e isso só poderá ocorrer com formação continuada, através de redes colaborativas em que haja trocas de informações e saberes entre os pares. A curiosidade de aprender a aprender é fundamental para que a reflexão e a mudança sobre a prática ocorram. O educador precisa ter a competência de ser um aprendiz., ser pesquisador. De buscar a própria formação, inserindo–se em listas de discussão, participando de fóruns, buscando parcerias de trabalho em comunidades virtuais e também entre os colegas da escola. Moran afirma que “faremos com as tecnologias mais avançadas o mesmo que fazemos conosco, com os outros, com a vida. Se somos pessoas abertas, as utilizaremos para comunicar-nos mais, para interagir melhor. Se somos pessoas autoritárias, utilizaremos as tecnologias para controlar, para aumentar o nosso poder. O poder de interação não está fundamentalmente nas tecnologias, mas nas nossas mentes”. Utilizar a internet ou outras mídias apenas para receber informações é reforçar a ideia do professor detentor do saber. Paulo Freire buscava fundamentar o ensino-aprendizagem em ambientes interativos, através de recursos audiovisuais. Ele deixou claro a importância da comunicação no processo de construção do conhecimento e que este acontece em outros lugares além da escola. Através da interação é possível que o educando passe a ser autor e não mero receptor. O educador deve ser instigador da reflexão e mediador no processo de construção do conhecimento.

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